quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Talvez

Quando adolescente, lembro que encantei-me com a tradução de Veinte Poemas de Amor Y una  Cancion Desesperada (1924), de Pablo Neruda.
Com a invenção do Orkut (eu já era 'véia de estrada', hahahaha), comecei a achar muito clichê falar sobre Neruda, já que 11 em cada 10 profiles citavam este poeta.
Deixei-o esquecido numa caixa com coisas daquela época.
Whatever...
Ontem mexendo em alguns papéis, encontrei um dos poemas dele que mais gosto e que, por este motivo, havia sido guardado.
Percebi que não mudei: ele continua sendo um dos meus preferidos, com a diferença de que, hoje, nutro o desejo de um dia dedicá-lo à alguém. Romântica babona bobona mode on =)

Talvez
                            
Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,

sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante

conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento

E desde então, sou porque tu és
E desde então és

sou e somos...

E por amor

Serei... Serás... Seremos...

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