sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sobre o sofrimento e a dispersão...

Desde o dia 21 tenho orado de maneira especial para o meu povo - mineiro - e para os cariocas.
Dia 21 começou a série de chuvas que tem assolado regiões inteiras de BH e deixado muitas famílias desabrigadas. Dia 21 começou também a série de ataques violentos na região metropolitana do Rio.
Tanto aqui quanto lá muitos têm morrido de forma trágica. Pode-se ver - e sentir - o clima de destruição que tem pairado por essas bandas.
Ainda não acredito.
Tenho me questionado sobre o que a igreja tem feito. Sobre o que eu tenho feito. Me pergunto pela diferença que nós, servos e igreja do Senhor, temos feito em nossa nação. Me pergunto se Jesus tem sido visto e glorificado nestas situações.
Tenho visto um povo doente. Um povo que se chama pelo nome do Rei dos reis, mas doente. Um povo ainda no Egito, querendo servir a Cristo, mas acomodado, feliz com as cebolas que recebem em troca de uma vida escrava. Um povo que não tem feito a diferença porque ama o Egito.
O diabo, sujo e nada criativo, tem agido conosco, hoje, da mesma forma que agiu com o povo de Deus exilado no Egito.
Quando o povo de Deus foi convocado à adorar o Senhor fora do Egito, Faraó, usado pelo inimigo, aumentou a carga de serviço sobre o povo judeu, de modo que não tivessem tempo de sair para adorar à Deus.
No mesmo dia Faraó deu a seguinte ordem aos feitores e capatazes responsáveis pelo povo: "Não forneçam mais palha ao povo para fazer tijolos, como faziam antes. Eles que tratem de ajuntar palha! Mas exijam que continuema fazer a mesma quantidade de tijolos; não reduzam a cota. São preguiçosos, e por isto estão clamando: ' Iremos oferecer sacrifícios ao nosso Deus'. Aumentem a carga de trabalho dessa gente para que cumpram suas tarefas e não deem atenção a mentiras." Ex 5. 6-9
O povo se habituou, chegando a gostar da escravidão, por causa da comodidade.
Hoje, somos convocados a adorar nosso Rei e Salvador com nossas vidas, mas somos restringidos pela grande carga do mundo: o emprego (os empregos), as jornadas duplas, a faculdade, a pós, o mestrado, o doutorado... afinal conhecimento é tudo. O futebol, o pilates, o salão de beleza... cuidar da saúde e bem-estar demanda tempo, oras. Namorar, noivar, casar. Casada, preciso de filhos. O tempo ruge, não se pode esperar.
Sorrateiramente temos nossa carga aumentada de modo a não sobrar tempo para adorá-lO. As coisas deste mundo, assim como no Egito, passam a ter grande valor.
Onde estiver seu tesouro, aí também estará o seu coração. Mt 6.21
A valorização deste mundo, deste tempo, é a razão de todo este mal.
E nós, conhecidos como seguidores de Cristo, estamos dispersos, perdidos em nossos desejos de felicidade nesta terra, nos esquecendo que não somos daqui, que somos forasteiros e que devemos ser vistos como embaixadores de um Reino de justiça e amor.
Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma.Vivam no meio dos gentios de maneira exemplar para que, mesmo que eles o acusem de praticar o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção. 1Pe 2.11
Não tenho dúvidas de que Deus nos visitará. Não tenho dúvidas que Ele virá e agirá em favor destes que tem perecido com estas tragédias. Também não duvido que Ele, embora possa todas as coisas, prefira contar conosco para testemunhar Seu amor.
Que voltemos nossos olhos para o nosso alvo e, como igreja, possamos agir em favor dos nossos irmãos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário